j.c.
Pai - Manuel (1914:03:21)-(1967:08:23) Mãe - Maria Lídia (1915:06:05)-(1993:11:28)
No
ano anterior tinha começado a 2ª Guerra Mundial |
[hospital] [casa] [avô]
|
Quando chegou a altura de aprender as
primeiras letras, 5 anos, os pais colocaram-no na
Mestra, uma boa senhora baixinha e nutrida que recebia crianças para
aquele efeito; recorda-se que teve de decorar a tabuada toda porque a Mestra
colocava o livrinho no cimo do armário quando tinha de fazer as contas;
ainda hoje a sabe e utiliza porque a máquina dá mais trabalho e enganos.
Tinha conseguido um berlinde, não sabe como, de modo que andava encantado
com aquela esfera de vidro; levou-o para a Mestra e, um dia, foi obrigado a
pô-lo sobre o fogão de lenha para não se distrair no trabalho; no final
esqueceu-se dele, mas no dia seguinte o berlinde tinha desaparecido para
sempre; nunca soube o que aconteceu ao seu berlinde que tanto gozo lhe dava. As suas brincadeiras eram na rua com os outros rapazes, com caricas e carrinhos de lata ou de madeira; o Carlinhos, irmão da Irene, era o mais pequeno e mais querido por todos, atropelado aos 5 anos na Rua Direita e faleceu dos ferimentos; foi um desgosto enorme para todos. Habilidoso de mãos e a lidar com ferramentas, construía brinquedos de madeira, com rodas, de cortiça, etc. No final de 1946 entrou na Escola Carvalho Araújo, e as bases que já levava da Mestra, colocaram-no na 2ª classe. Foi este o melhor período da sua infância, pois gostava muito da escola, aprendia tudo com facilidade e o Professor gostava dele. Poucas vezes foi castigado com a palmatória e recorda-se das suas frágeis mãos vermelhas e doridas. O episódio marcante desta época, foi o facto de ter feito as provas de 4ª classe com Muito Bom e o Nini obteve uma distinção; logo depois, no exame de admissão ao Liceu, foi melhor que o Nini que não entrou. -Os livros eram assim. . . |
![]() |
![]() |